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domingo, 11 de março de 2012

As Janelas da Minha Rua



Ah, as janelas da minha rua!
contando segredos
tão particulares, tão singulares.
 
 meninas debruçadas
olhando a lua, as estrelas
as das ilusões!
 
 janelas de minha infância
mulheres questionando
espionando
deixando a tarde passar.
 
janelas de tantos contrastes
falatórios de bem-querença
janelas que o tempo apagou.
 
Janelas da minha rua
de amores esperados
apaixonados
das serestas que o tempo gastou.
Alvina Nunes Tzovenos

Mãos Vazias

... buscando o nada
 palpando o tudo
entre coisas vãs. ...
contorcendo-se
na distância do tempo
magras de vida interior.
... ansiando calor
 nervosas como quem espera flores
 inexpressivas aos regressos
desbotadas como carícia perdida
agonizante de eloqüências
sem cores
cegas
mudas como pássaros feridos.
Mãos vazias
vazias
paradas em meio dos caminhos
vazios.
Alvina Nunes Tzovenos

segunda-feira, 5 de março de 2012

Alma Nua

Ó Pai Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
 Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio
Deus Viver menino, morrer poeta

Vander Lee