II
Percorro as horas perdidas e paro.
Tudo são imagens, palavras saturadas, ruídos.
Eu busco a leveza do branco, o sentido do silêncio.
Minha voz é um relâmpago mudo.
IV
Todo gesto me leva a mim.
Sou aquilo de que me alimento.
Fujo da cidade e sua vida cheia de tudo.
E estremeço diante da parede vazia.
L
Meu gesto arde só.
Não sei onde guardá-lo.
Rabisco a dúvida na pele, e
ela treme:
chama de uma fala branca.
Paulo Tapado