Lareira acesa, tantas formas
Entre as brasas, dolorido som
Da madeira queimando lembranças,
O fogo brando brinca aos meus olhos,
Não espanta os fantasmas,
Não move os relógios,
Não me protege da noite.
E toda a claridade da lua,
Reflete na taça em que bebo
Doses de saudade.
O mundo atrás da janela,
Há muito perdeu o sentido,
Em meio a tanta iniqüidade,
E meus versos não mudam nada,
Confesso-me neles, tão culpado como todos,
Acendo meu cachimbo, mais um conhaque
E findo.
Sei que há muito além da janela,
Mas a quem importa todas as dores,
Que calmamente o fogo incinera?
Tonho França
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